sábado, 28 de julho de 2007

Artigo

Minha contribuição para a página 2 da Gazeta desta semana. Abandonei temporariamente o estilo pretenso-literário para fazer uma crítica social. Espero que gostem.

Cadê a mobilização nacional?

Uma ação da torcida do Corinthians, esta semana, poderia servir de exemplo para toda a população brasileira. Exemplo, partindo de torcida organizada? Parece estranho, mas essas “gangues” que levam terror aos estádios de futebol, mostraram que também sabem exercer sua cidadania, na manifestação realizada em frente ao Clube, contra a MSI e o atual presidente Alberto Dualib.
Enquanto conselheiros se reuniam para decidir do futuro do Corinthians, os torcedores faziam um protesto pacífico, segundo a imprensa especializada. Levaram pizzas, se vestiram com macacão listrado, como se fossem presidiários e, munido com cartazes, pediam o fim da parceria e a queda do presidente ditador, que há mais de uma década, está no poder.
Após três horas de reunião, alguns conselheiros – que já tinham votado a favor da rescisão de contrato com a MSI – tentaram tirar o corpo fora, para não decidir o futuro de Dualib. Mas os torcedores fizeram uma barreira, e conseguiram que os homens voltassem às suas cadeiras e terminassem com a reunião. Conclusão: só saíram de lá, uma hora depois, com uma decisão tomada. Um novo encontro foi marcado para a que o impasse seja finalizado.
O que parece um fato “pequeno”, tem um valor muito maior que podemos imaginar. O povo brasileiro deveria ter esse poder de reação para cada ação que o descontentasse. Se para casa abuso de nossas autoridades, um protesto com essa dimensão acontecesse, o Brasil não estaria vivendo os problemas que vive.
Se um grupo ocupasse (pacificamente) o Senado, o Renan largaria a cadeira! Se um manifesto chegasse, em tempo, ao Ministério da Defesa, a crise aérea seria evitada! E assim sucessivamente poderia acontecer no Judiciário, contra a impunidade; na Segurança Pública, contra a falta dela; na Saúde, Educação, Cultura, Esportes e todas as áreas em eu o Brasil apresenta problemas. Mas, infelizmente nossa população pensa que vive na Suíça!

Coisa que incomoda (e muito)
Enquanto brasileiros se amontoam nos aeroportos, Fernandinho Beira Mar viaja de “jatinho particular”. Na sua última transferência, o traficante foi levado num avião da Polícia Federal.
Mais uma transferência de Beira de Mar (entre várias), em plena crise aérea, acontece porque ele não poderia ficar um determinado tempo em unidade prisional federal. Então ele foi enviado de Catanduvas, no Paraná, para o Estado do Espírito Santo.
O mais interessante é que para um bandido, a Justiça funciona bem. Eu pergunto: quantos brasileiros honestos esperam uma decisão judicial para continuar com suas vidas normais? Por que a urgência em cumprir a Lei em favor de um traficante, enquanto outras tantas, que poderiam beneficiar cidadãos, são descumpridas a cada minuto nesse país?
Adiar a transferência, não mudaria nada a crise aérea, mas também não proporcionaria tal regalia ao condenado, não é?

Um comentário:

Unknown disse...

Castanhada na orelha!!!