terça-feira, 31 de julho de 2007

Quando entrar setembro

Santa Rita do Passa Quatro, terra natal de um dos maiores compositores que a humanidade já produziu, vive num mar de mediocridade. A palavra “cultura” perde qualquer significado, quando usada por aqui. Nada, eu reafirmo, nada acontece por aqui. Os pequenos eventos realizados na estância são frutos de esforços solitários, onde apenas um pobre idealizador arregaça as mangas e corre atrás. Com o poder público, não dá para contar mesmo. Minhocas seriam melhores para pensar, em se tratando de cultura. Grupos organizados praticamente não existem... Isso tudo, enquanto outros centros – que nem têm um “Zequinha” para se apoiarem – se promovem e crescem a cada dia. Setembro vem ai. E o Festival, com vai ser???

Triste. Muito triste

Acabei de receber um e-mail com fotos do acidente da TAM. A pessoa que encaminhou não se identificou (creio que tenha criado uma conta fantasma, só para esse fim). Após me certificar de que não era um vírus, dei uma olhada em duas ou três, depois deletei tudo. Acho muito triste que fotos como essa vazem desta forma na internet. Não que eu seja a favor de qualquer tipo de censura a rede. Nada disso. Sou a favor do uso do bom senso pelo internauta, seja que envia ou quem recebe. Isso não é jornalismo. Não presta serviço algum. Apenas nos entristece ainda mais, diante de uma tragédia dessa proporção. As pessoas deveriam usar sim algumas imagens, igualmente tristes, mas com um certo critério, para fazer um alerta de que nosso país precisa mudar urgentemente, em todos os setores. Mas, da forma que está sendo feita, só vai levar mais dor e sofrimento, principalmente a quem teve algum amigo, parente ou simples conhecido, envolvido no fato. É muito triste mesmo!

Local

Claro que em cidades pequenas, partido político funciona mais como sigla partidária do que como ideologia política. Estou enganado? Acho que não. Nas últimas eleições (2004) para prefeito, quase aconteceu uma coligação pouco provável em uma cidade vizinha. PT e PFL (pasmem!) concorreriam juntos. A coligação só não aconteceu mesmo no papel, mas os partidos se mantiveram unidos, só não sei até quando...

Mudança??

Pelo jeito, só mudou mesmo o nome do partido. Historicamente, o PFL pode ser considerado um fruto do PDS, partido de ultra-direita, criado a partir da Arena, que imperava na ditadura militar. Se eu estiver errado, alguém me corrija, por favor. Para mim, seja PFL ou Democratas, o resultado é mesmo: política reacionária, comandada por poderosos e que nunca fizeram nada (e não creio que farão) a favor da maioria sofrida deste país.

Dem

Perguntaram o que significa esse Dem, colocado entre parênteses após os nomes de determinados políticos. Bom, há algum tempo o PFL (partido o qual eu não me simpatizo nem um pouco) mudou de nome para Democratas, e é isso que significa a sigla destacada.

Onde estão os “novos”?

Começo a ouvir burburinhos sobre a disputa para sucessão do prefeito Agenor Mauro Zorzi (Dem). Muita gente acha cedo para falar em eleições. Afinal, falta mais de um ano para o pleito. Eu particularmente acho que não. Os anos passaram e nenhuma nova liderança surgiu, o que pode significar uma nova eleição com velhos candidatos.
Não quero criticar um ou outro. Só acho que a cidade precisa renovar sua política. Ter gente nova (não de idade), novos conceitos, novos rumos para a estância. É uma opinião pessoal, só isso.

Cansei

Como eu já disse, o problema no Brasil é a falta de mobilização contra tudo de ruim que acontece neste país. Claro que existem alguns movimentos, meio tímidos, mas existem. Então faço a minha parte, divulgando as ações que considero sérias e que podem ajudar na mudança desse quadro de apatia do povo brasileiro, diante das várias crises vividas por aqui.
Começo essa minha "militância" com a campanha do Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, iniciada na última sexta-feira, 27 de julho, com o slogan "CANSEI".

sábado, 28 de julho de 2007

To devendo...

...mais uma dica musical. Quando as coisas voltarem ao normal, eu publico uma das boas.

Artigo

Minha contribuição para a página 2 da Gazeta desta semana. Abandonei temporariamente o estilo pretenso-literário para fazer uma crítica social. Espero que gostem.

Cadê a mobilização nacional?

Uma ação da torcida do Corinthians, esta semana, poderia servir de exemplo para toda a população brasileira. Exemplo, partindo de torcida organizada? Parece estranho, mas essas “gangues” que levam terror aos estádios de futebol, mostraram que também sabem exercer sua cidadania, na manifestação realizada em frente ao Clube, contra a MSI e o atual presidente Alberto Dualib.
Enquanto conselheiros se reuniam para decidir do futuro do Corinthians, os torcedores faziam um protesto pacífico, segundo a imprensa especializada. Levaram pizzas, se vestiram com macacão listrado, como se fossem presidiários e, munido com cartazes, pediam o fim da parceria e a queda do presidente ditador, que há mais de uma década, está no poder.
Após três horas de reunião, alguns conselheiros – que já tinham votado a favor da rescisão de contrato com a MSI – tentaram tirar o corpo fora, para não decidir o futuro de Dualib. Mas os torcedores fizeram uma barreira, e conseguiram que os homens voltassem às suas cadeiras e terminassem com a reunião. Conclusão: só saíram de lá, uma hora depois, com uma decisão tomada. Um novo encontro foi marcado para a que o impasse seja finalizado.
O que parece um fato “pequeno”, tem um valor muito maior que podemos imaginar. O povo brasileiro deveria ter esse poder de reação para cada ação que o descontentasse. Se para casa abuso de nossas autoridades, um protesto com essa dimensão acontecesse, o Brasil não estaria vivendo os problemas que vive.
Se um grupo ocupasse (pacificamente) o Senado, o Renan largaria a cadeira! Se um manifesto chegasse, em tempo, ao Ministério da Defesa, a crise aérea seria evitada! E assim sucessivamente poderia acontecer no Judiciário, contra a impunidade; na Segurança Pública, contra a falta dela; na Saúde, Educação, Cultura, Esportes e todas as áreas em eu o Brasil apresenta problemas. Mas, infelizmente nossa população pensa que vive na Suíça!

Coisa que incomoda (e muito)
Enquanto brasileiros se amontoam nos aeroportos, Fernandinho Beira Mar viaja de “jatinho particular”. Na sua última transferência, o traficante foi levado num avião da Polícia Federal.
Mais uma transferência de Beira de Mar (entre várias), em plena crise aérea, acontece porque ele não poderia ficar um determinado tempo em unidade prisional federal. Então ele foi enviado de Catanduvas, no Paraná, para o Estado do Espírito Santo.
O mais interessante é que para um bandido, a Justiça funciona bem. Eu pergunto: quantos brasileiros honestos esperam uma decisão judicial para continuar com suas vidas normais? Por que a urgência em cumprir a Lei em favor de um traficante, enquanto outras tantas, que poderiam beneficiar cidadãos, são descumpridas a cada minuto nesse país?
Adiar a transferência, não mudaria nada a crise aérea, mas também não proporcionaria tal regalia ao condenado, não é?

Isso explica tudo :)

O nosso cérebro é doido!!!
De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.


Recebi este texto por e-mail e agora sei como as pessoas conseguem ler a Gazeta (Ooops!)

Problemas técnicos

Tá rolandio a maior dificuldade para atualizar o blog. Droga! Não consigo postar imagens etc. Segunda feira o PC vai para manutenção. Quem sabe melhora.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Jéca não é bobo não...


No Caderno Mais da Gazeta, tem uma matéria superlegal do nosso correspondente caipira sobre um trabalho cultural feito em Serrana (!). É bacana demais, até merece ser copiado. Quem sabe?

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Jabaculê


Vamos lá. Meu amigo André (da THS) pediu para divulgar no blog mais lido da estância. Taí o registro :)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Relax

Click aqui e saiba porque fumar mata. (hehehehe, vale a pena)

Terno preto

Dia bonito de sol e ele estava morrendo de calor com seu terno preto. Em meio a comoção geral, uma pergunta 'boba' lhe veio à mente: "por que em todos os filmes, chove nos velórios?". Solitário, ali em pé, diante das pessoas, aquela idéia não saia da sua cabeça. Ele tentou lembrar de alguma cena 'rodada em Hollywood' de enterro sem chuva. Em vão.
Passou a mão nos cabelos, como quem quer expulsar aqueles pensamentos. Foi quando notou que poucas pessoas estavam vestidas de preto. Mudança de hábito, ou era apenas para afugentar o calor? Os óculos escuros estavam sempre presentes - mesmo nos filmes 'com chuva' - devem ser para esconder as lágrimas, ou a ausência delas.
Há tempos ele não visitava sua cidade natal. Não que isso lhe trouxesse algum sentimento nostálgico, ou coisa assim. Mas estava hora de um contato com suas 'bases', já visando o próximo pleito eleitoral.
Ali mesmo, havia começado sua carreira política. Lembranças começam a vir à tona. Como se elegeu vereador, quando comprou um pequeno equipamento que fazia sorvete instantâneo para distribuir gratuitamente para a garotada em eventos públicos. Claro que não foi só isso, mas este foi o seu start.
O carisma no corpo-a-corpo com os eleitores, lhe deu uma votação expressiva. Em seu primeiro mandato, foi presidente da Câmara, no segundo biênio. No pleito seguinte se elegeu vice-prefeito. Faltando um ano para acabar o mandato, assumiu a cadeira de chefe do executivo, devido à morte do prefeito. Venceu a reeleição. Nos quatro anos seguintes, liderou um grupo de prefeitos.
Com a bandeira de reivindicar mais verbas para os pequenos municípios, ele conseguiu o apoio necessário para buscar uma vaga no Legislativo estadual. Onde ocupa uma cadeira pela primeira vez.
Seu primeiro projeto lei realmente visava mais recursos para seus parceiros prefeitos. Porém, como sempre, a custa do sacrifício da classe trabalhadora.
A sua proposta de reajuste de algumas tarifas públicas, claro, não foi bem aceita pelo eleitorado. Mas, seu assessor de imprensa insistia em dizer: "tudo vai ser revertido em melhoria dos serviços público".
Claro que não foi!
Um súbito acesso de choro coletivo interrompe sua 'viagem' e ele volta a pensar no velório onde está naquele momento, sem entender o porque. "O que eu estou fazendo aqui?", perguntou para si mesmo. Em tempos de campanha para vereador, fazia sentido ir a todo e qualquer velório, só para arrecadar uns votinhos. Mas agora, os tempos são outros. "Ah, sim. O morto!" Exclamou, quase que falando sozinho. O defunto, ali no caixão, era o motivo real dele estar no velório. Estranho? Não. Essa era uma das poucas vezes em que ele esteve em um velório por consideração ao falecido ou a sua família.
Enterrado! Hora de ir embora. O motorista o esperava no carro oficial. Uma voz, sofrida, agradece: "obrigado, por vir ao velório do seu tio, ele gostava muito de você". Ele deu com os ombros, entrou no carro e seguiu com sua vida.

(Artigo meu publicado na Gazeta, edição do dia 14 de julho de 2007)

Coisas que incomodam...




1. O Bernardinho cortar o melhor levantador do mundo para escalar o próprio filho na seleção;


2. Galvão Bueno


3. Luciano do Valle


4. Ex-atleta se passando por repórter (comentarista, tudo bem);


5. A TV deixando de mostrar os "podres" da organização dos jogos.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Corresponde caipira


Esta semana a Gazeta traz uma novidade: um correspondente caipira. O psicobiólogo, psicanalista, guitarrista, baterista, beatlemaníaco (ninguém é perfeito) e agora também escritor Nando Saad é o novo colaborador do jornal. Nando escreve -- em primeira pessoa -- um panorama do momento cultural (leia-se rock'n'roll) de Santa Rita em paralelo ao que ta rolando em Ribeirão Preto, cidade onde passa a maior parte do seu tempo. Confira na capa do caderno Mais desta semana.

Só uma palavra...


... encontrei para definir a tregédia desta terça-feira: CRIME!

terça-feira, 17 de julho de 2007

Sugestão




Deveriam pedir para o nosso glorioso DME promover uma competição nos botequins de lá também. Pode rolar até um patrícinio do Governo Federal. Afinal, dizem que o 'home' também gosta da coisa.


Se não fosse a cana...


Justiça manda retirar adesivos de cachaça de carros oficiais no RS

A Justiça determinou que a Prefeitura de Machadinho (424 km de Porto Alegre) retire adesivos de propaganda de cachaça colados em seis carros oficiais.
(...)
A propaganda, que mostra uma garrafa de cachaça da marca Acanhadinha com um homem bêbado sobre o gargalo, revoltou moradores da cidade.
Um dos carros onde está colado o adesivo é da Secretaria da Saúde e serve para transportar dependentes químicos para clínicas de reabilitação.
Schenato também entrou com ação de improbidade administrativa contra o prefeito Valdir Ventura (PMDB) porque o alambique que produz a Acanhadinha, segundo ele, é de propriedade de um cunhado do secretário da Agricultura.
(...)
Schenato afirmou ainda que a Acanhadinha é vendida de forma irregular, pois não está registrada no Ministério da Agricultura.
O prefeito em exercício, vereador Alcir Grison (PMDB), disse que o produto é considerado típico da cidade e que os adesivos servem para divulgá-lo. Segundo Grison, o dono do alambique é parente do ex-secretário da Agricultura.
"Quando a prefeitura decidiu fazer os adesivos, ele não estava mais no cargo", afirmou. O prefeito em exercício disse que a divulgação da cachaça foi uma das formas encontradas para incentivar o turismo.
No pátio do alambique onde é produzida a Acanhadinha, há uma garrafa de cachaça de concreto de sete metros, a mesma que aparece nos adesivos. Segundo Grison, é um monumento turístico da cidade e foi construído pela prefeitura.
O prefeito está em férias. O vice-prefeito está em viagem. (Simone Iglesias, Agência Folha/Porto Alegre - Folha Online)

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Recomendo


Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock'n'Roll


Se você, como eu, é fã dos quadrinhos "junkie" do velho e bom Angeli, corra para uma locadora e assista este DVD! Tá, legal, não é a mesma coisa que ler as tirinhas ou resvistinhas, mas o trabalho é bem feito pácas.

Recordar é viver


Lembram do Fesc? Foi uma das melhores coisas que aconteceram em Santa Rita nos últimos anos. Pena que acabaram com ele...

Você precisa saber...

... que o recesso "para lamentar" da Câmara Municipal de Porto Ferreira é de apenas 15 dias (lembrando que lá, as sessões são semanais) e que em Tambaú os vereadores decidiram acabar com essas vergonhosas férias de meio de ano.
E aqui, na Tico-ticolândia, quando essa palhaçada vai acabar?????

Memória curta (parte 1)


"Maratoma"

Aproveito o Pan para atiçar a memória esportiva santaritadopassaquatrense.
Lembram qual foi um dos primeiros atos atual Departamento Municipal de Esportes???
Eu lembro. Foi um campeonato de truco promovido nos bares da cidade! Nada contra o truco, apesar de não praticar. Mas, o poder público promover evento em bar, é dose (oops!).
O assunto meio veio a mente, depois do embate entre o maratonista Ariston e o DME (quem leu a Gazeta de sábado?). De um lado, o atleta disposto a representar Santa Rita nos Jogos Regionais de São Manuel e, de outro, a prefeitura justificando como inviável, por ele ser o único do atletismo a disputar os jogos.
Bom, se no passado o DME tivesse percebido que existe diferença entre uma mesa de bar e uma pista de corrida, talvez a cidade pudesse ter hoje uma equipe de atletismo. O que justificaria a inscrição. Estou errado?

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Mais uma dose...


Receituário do Rebelc


Popó, meu brother lá de Matão, gostou da última receitinha e pediu mais uma dose. Então vamos lá.


Gov’t Mule

Composição: Blues e rock

Origem: EUA

Laboratório:
O guitarrista Warren Haynes começou esse projeto nos anos de 1990 com alternativa a sua banda principal, a Allman Brothers.

Indicação: Para quem prefere um rock’n’roll sem firulas.

Contra-indicado: Cabeças-ocas, fiquem longe.

Posologia: Pode ser tomado em doses diárias, como agente preventivo. Mas em caso de pagodismos, axesismos, sertanegismos extremos, o paciente pode repetir a dose várias vezes ao dia.

Reações adversas: Causa dependência.

Atenção: Se persistirem os sintomas, dobre a dosagem.

Terno Preto


É o título do meu artigo (agora com fota) na página 2 da Gazeta desta semana. Qualquer "semelhência não é coincidança" :)

Dia Mundial do Rock


Hoje, 13 de julho, é o Dia Mundial do Rock. Nada melhor que uma sexta-feira para comemorar a data. Bem, segundo meu irmão Bastião, a data só foi oficializada quando surgiu o primeiro Live Aid, em 1985. O evento beneficente, destinado a arrecadar fundos para as vítimas da fome na África. Eu queria escrever um monte de coisa sobre rock, afinal eu ouço esse "barulho" desde os 14 anos de idade (tô com quase 39 agora), mas o Bastião falou tudo que eu queria falar (e mais um pouco) no blog dele. Vale a pena ler!
A propósito, esse ai na foto (para quem não conhece) é o Chuck Berry, um dos criadores do rock.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Momento literário

Antonio Brasileiro

Cleber Octaviano

Cinco e meia da manhã. Sem ânimo para começar o dia, Antonio pula da cama. Na cozinha, Maria está com o café pronto e já adianta o almoço dos filhos, antes de sair para o trabalho.
No rádio, caindo aos pedaços, a estação AM repete a mesma moda há 30 anos.
Marido e mulher não conversam entre si. As mais de duas décadas de convivência na mesma casa criaram uma comunicação própria entre os dois. Apenas ao dirigir o olhar a Antonio, Maria já sabia o que ele queria.
A esposa, que aparenta bem mais idade do realmente tinha, quebra o silêncio para contar que o filho mais velho decidiu abandonar o “ginásio” para ficar “só no serviço”. O pai deu com os ombros. Um breve resmungo pode ser vertido como: “é bom, assim ele me ajuda com as despesas”.
Maria também disse que tava preocupada com “a do meio”, que já tinha “ficado mocinha”. Antonio franziu a testa e coçou a cabeça. Só então o marido, criado “a moda antiga” pronunciou suas primeiras palavras do dia: “essa menina que não tenha juízo que ela vai ver!”. O tom de ameaça foi apenas para afastar de si o peso da responsabilidade pela educação da menina. Afinal, Antonio mal teve instrução para si mesmo, quanto mais para preparar seus filhos para a vida.
Maria ameaça continuar. Sem tirar a boca da caneca de café, Antonio olha para ela com reprovação. “Lá vem você com mais uma”, pensou sem falar. Mas a mulher não se intimidou e emendou: “o pequeno ainda não conseguiu falar”. Com 8 anos de idade, o caçula apresenta problemas sérios de desenvolvimento, fruto de uma gestação sem acompanhamento e um parto complicado no hospital público. “A professora falou que vai precisar de uma tar de educação especial. O que ela quis dizer?”, indagou a mãe preocupada. Ainda mais ríspido, Antonio respondeu: “Que nosso filho é retardado!”.
O locutor interrompe uma série de músicas para dar as “últimas” notícias. O rádio e a TV eram os únicos acessos da família a informação. Mesmo assim, ninguém dava muita atenção, afinal, ambos também eram as suas únicas fontes entretenimento.
As notas rápidas, lidas na edição matutina do “diário da capital”, eram sobre a renúncia de última hora do senador acusado de corrupção, para evitar a perda dos direitos políticos. O locutor despreparado também leu sobre as manobras do presidente do Senado para desviar a atenção do público das denúncias sobre ele.
“Agora o noticiário local”, diz o locutor, entonando a voz. “O corpo do adolescente, desaparecido há três dias, foi encontrado hoje às margens do córrego...”. Maria e Antonio pensaram a mesma coisa: que esse desafortunado, que teve sua vida ceifada por traficantes, poderia ser um de seus filhos. “Nossa, ele tem a mesma idade do Toninho!”, exclamou Maria, resumindo o que ambos tinham em mente.
Às 6 horas, a velha Kombi buzinou em frente da casa e Antonio juntou-se a seus companheiros, rumo a “obra”. O trabalhador, que deixou o norte de Minas Gerais para trabalhar no corte da cana-de-açúcar no interior de São Paulo, não sabe o que significa férias, 13º salário, FGTS, INSS etc.
Maria acordou as “crianças” para tomar café e já se despediu. Na direção do ponto de ônibus, pensava como seria mais um dia em sua vida...

P.S. – A história acima é fictícia, mas qualquer semelhança com fator reais (certamente) não é coincidência.

(Artigo publicado na edição de Sábado, 7 de julho, da Gazeta de Santa Rita)

Sério, eu?


Tem gente falando que eu to muito sério nessa foto do perfil. Mas, que fazer se eu sou sério?

Ver (e ouvir) para crer...

No primeiro "receituário" do blog, eu apenas contei o milagre, mas não mostrei o santo. Para os céticos (ou cépticos) de plantão, na barra à direita tem uns videozinhos que comprovam (e acrescentam) o que eu disse. Enjoy.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Gazeta na web

Minha grande amiga Márcia (dos bons tempos da faculdade) pergunta se a Gazeta já está na rede. Infelizmente ainda não, mas já estamos tratando disso. Obrigado a Márcia e ao Nando Saad pelos comentários no blog.

Prevenir X Remediar



Neste fim de semana também sai, encartado na Gazeta e no Santarritense, o VER, boletim que eu edito para a Vermelhinha Centro Automotivo. Mais que simples propaganda, VER é um jornalzinho com dicas importantes para quem depende de automóveis. Nesta segunda edição, o boletim traz uma matéria sobre manutenção preventiva. Acreditem, é mais seguro e barato prevenir que remediar.

Direito de ir e vir


Na terça-feira fiz um comentário sobre um suposto cerceamento do direito de ir e vir. Pois bem, a matéria está na Gazeta desta semana. Vamos ficar atentos a possíveis abusos de poder.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Finalmente me animei e volte a escrever

A propósito, esqueci de comentar aqui, mas publiquei um artigo, na página 2 da última edição da Gazeta , sobre “liberdade de imprensa”. O texto parece que ficou interessante, mesmo para quem não é “do meio”.

Direto do túnel do tempo...


A Gazeta incomoda muita gente... há anos.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Férias frustradas


Na última edição da Gazeta, no caderno Mais, publiquei uma matéria mequetrefe sobre a falta de opções culturais nas férias aqui da Estância. Chamo de mequetrefe porque foi pauta de última hora e não teve um trabalho de reportagem adequado. Mas o objetivo foi fazer um alerta às "toridades". Livres da obrigação escolar e com tempo de sobra, a molecada pode barbarizar.

Direito de ir e vir

É garantido pela Constituição Nacional... Será? A ganância de uma corporação pode estar cerceando este direito, aqui mesmo em Santa Rita. A Gazeta está apurando e vai denunciar.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Receituário do Rebelc


Contra mediocridade, doses diárias de cultura.

Hoje, minha receita remete a um remédio muito eficiente, mas pode trazer efeitos colaterais devastadores para alguns organismos.

Rory Gallager – Calling Card (1976)

Composição: Blues, rock e música celta (é isso?).

Origem: Irlanda

Laboratório: O guitarrista irlandês Rory Gallager (não confundir com os irmãos-encrenca do Oásis) começou a carreira na banda Taste. Na década de 1970 gravou excelentes discos com influência total dos blues e dos ritmos folclóricos de sua terra natal. Era praticamente desconhecido no Brasil até meados dos anos 1990, quando faleceu após um transplante de fígado (por que será?). Nessa época, as gravadoras resolveram relançar em terra tupiniquins alguns de seus trabalhos. Mas se não achar o CD nas lojas, tem uma mulinha que traz para você J.

Indicação: Para quem gosta de uma guitarra bem tocada.

Contra-indicado: Para quem prefere perder tempo com as “atrações” de Gugu e Faustão.

Posologia: Pode ser tomado em doses diárias, como agente preventivo. Mas em caso de pagodismos, axesismos, sertanegismos extremos, o paciente pode repetir a dose várias vezes ao dia.

Reações adversas: Causa dependência.

Atenção: Se persistirem os sintomas, reforce a dose com “Against the Grain”, “Deuce”, Irish Tour”, “Photo Finish” entre outros.