segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Chega de tapados!

Tapado não é cego. O tapado é aquele que tem a visão direcionada, ou seja, vê tudo por apenas um ângulo. O político, na maioria das vezes, é assim. Muitos administradores públicos contratam assessores, mas não respeitam as opiniões dos “especialistas”. Conselhos então, só servem mesmo para encher lingüiça. Ou não?
Um exemplo é a geração de empregos. Bandeira político de 10 em cada 10 candidatos. Realização de um em 1000 eleitos.
Por que é tão difícil geral empregos? É a economia atravancada? Dólar? Petróleo? Bolsa de valores? Falta de qualificação profissional? Tudo isso, pode ser considerado. Mas a visão “limitada” de muitos políticos é uma agente que potencializa a crise, podem ter certeza.
Há anos, a administração pública era a grande fonte empregatícia nas cidades pequenas. Depois, a legislação e a obrigatoriedade dos concursos tornaram o “cabidão” um pouco mais difícil.
Então muitos prefeitos apostavam na industrialização de seus municípios, criando os chamados “parques industriais”, que hoje se resumem em terrenos cheio de mato ou barracões abandonados.
Depois veio a “onda” do turismo, como aposta para aqueles que não conseguiram se industrializar. Mas nessa área, a concorrência é desleal, já que alguns municípios possuem qualidade naturais para isso e outros não.
Universidades, ONGs, associações organizadas são outros meios de se “gerar” emprego, mas tudo isso caminha em passos lentos e, muitas vezes, quatro anos são insuficientes para conclusão de um projeto e o mandato do prefeito se finda, sem que a promessa seja cumprida e ele tenta desesperadamente a reeleição. Mas pode ser tarde.
Onde estaria o “santo graal” da geração de emprego, que esses tapados não conseguem enxergar? A resposta é simples: em muitos lugares, menos aqueles comuns, que todos pensam, como se tivessem descoberto a pólvora.
A cultura é um exemplo.
De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDS), para cada milhão de reais investido em cultura, 163 empregos são gerados de forma direta ou indireta. O número só fica abaixo do setor agropecuário (com 202 empregos).
Com esse dado dá para constar que Santa Rita já atirou para todos os lados em busca dessa meta, menos na direção que mais deveria: a cultura.
A cidade berço de Zequinha de Abreu, que já teve festival de cinema, que tem a tradição italiana e outros atrativos culturais, fica insistindo em turismo de aventura, buscar indústrias, empregar mais de 500 mil na compra de uma área para um projeto duvidoso (pelo menos no meu ponto de vista) e esquece completamente daquela que pode ser sua única vocação!!!
Esquece! Esse é o termo, afinal, além de não desenvolver nada de “peso” em termos culturais, como foi o festival de cinema, a cidade fica fora da maioria dos programas oferecidos pelos governos federal e estadual na área. Exemplos são o Projeto Guri e a Ciranda Cultural Paulista (leia no caderno Mais).
É hora de tirar esse limitador de visão e passar a enxergar por outros ângulos, ou a promessa vai continuar promessa por mais uma temporada!

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