Você, meu amigo, certamente é uma pessoa honesta. Trabalha para sustentar sua família, paga seus impostos e ainda colabora de alguma forma com alguma entidade assistencial. Seus pais o criaram assim, com valores éticos e morais, que você mantém até hoje e ainda tenta passar para seus filhos e netos.
Você conquistou tudo o que tem – seja muito ou pouco – trabalhando, economizando e planejando cada passo. Para chegar aonde chegou, você estudou, seja universidade ou na escola da vida.
Hoje, sua posição social pode ser medida pelo que você é e não pelo que tem. Seus amigos são verdadeiros, porque você representa algo para eles. Assim como sua esposa (ou marido) te escolheu por suas inúmeras qualidades.
Durante toda a sua vida, você teve inúmeros sonhos. Muitos foram concretizados, talvez não exatamente como você imaginou, mas foram.
Você cresceu se inspirando em pessoas que admirava: pai, mãe, avós, professores, artistas, esportistas, religiosos e até mesmo políticos. Muitos de seus ideais foram traçados inspirados nestas pessoas, estando elas próximas ou não.
Você já sofreu perdas e foi obrigado a conviver com ausências. Cada vez que você conquistou algo, você dedicou a alguém em especial.
Você nunca deixou de dividir nada em sua vida. Desde balas e doces quando criança, até seus mais valiosos bens materiais que hoje sua família usufrui junta.
Você sempre agradeceu – a Deus ou às pessoas – por tudo que conseguiu. Seja qual for sua crença, você já rezou por outras pessoas que viviam situações difíceis.
Você já fez o bem, sem esperar o retorno.
Já deu, sem esperar receber.
Já virou a outra face, segundo o ensinamento d’Ele, para um agressor.
Já desistiu de uma vingança.
Enfim, você já fez tanta coisa que considera CERTA, que ficaríamos horas e horas enumerando.
Então, por tudo isso, meu amigo, eu entendo o você está sentido neste momento, vivendo neste país.
(publicado na minha coluna na Gazeta)